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Coaching Psicológico | Orientação Vocacional | Consultoria em Recursos Humanos | Avaliação Psicológica
Psicóloga Especialista pela Ordem dos Psicólogos Portugueses

Psicóloga Especialista em Psicologia do Trabalho, Social e das Organizações e Membro Efetivo OPP - Cédula Profissional n.º 15345

European Certificate in Psychology | Registered EuroPsy Psychologist - Field of practice: Work & Organisation | Other

American Psychological Association APA - Member MPsych

PsiCoach: Bem-vindo

SOBRE MIM

Chamo-me Vanessa Yan e sou Mestre em Psicologia dos Recursos Humanos, do Trabalho e das Organizações (Faculdade de Psicologia, UL), Pós-graduada em Coaching Psicológico (INSPSIC) e em Orientação Escolar e Profissional (ISPA) e licenciada em Ciências da Comunicação (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, UNL).

Após 20 anos a trabalhar em áreas como a Comunicação, o Marketing, a Tradução, os Recursos Humanos e a Formação, num contexto nacional e multinacional, há 5 anos tomei a decisão de me dedicar em exclusivo à Psicologia. Abracei a missão de ajudar a definir e a concretizar os Objetivos Pessoais e Profissionais dos meus Clientes através do Autoconhecimento, Desenvolvimento de Competências e Remoção de Barreiras Internas, para que possam ser alcançadas mudanças importantes e estruturadas nas suas vidas.

Após cerca de um ano e meio como Psicóloga na Ordem dos Psicólogos Portugueses ( Empregabilidade e Acreditação das Ações Formativas e na Direção Regional Sul), atualmente sou Consultora de Recursos Humanos na SHL Portugal e dou consultas privadas de Coaching Psicológico de Carreira e Orientação Vocacional.

Fotografias: Nicole Sánchez (nimagens) | Unsplash

Logótipo: Pedro Ribeiro

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PsiCoach: Sobre mim

COACHING PSICOLÓGICO
ÁREAS DE INTERVENÇÃO

O Coaching Psicológico é uma área de intervenção e uma especialização avançada da Psicologia que tem por objetivo o desenvolvimento pessoal, profissional e o bem-estar psicológico. Visa ajudar o cliente a definir e a concretizar os seus objetivos pessoais e profissionais, desenvolvendo competências, comportamentos ou atitudes e removendo barreiras, para alcançar uma maior satisfação em todas as esferas da vida.


É uma relação de ajuda que utiliza teorias e técnicas cientificamente validadas para ajudar as pessoas a alcançarem os seus objetivos e a produzirem uma mudança estruturada e sustentada na sua vida pessoal e profissional, através da promoção da Autoconsciência, da Autoeficácia e da Motivação para a Mudança.

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COACHING DE CARREIRA
E ORIENTAÇÃO VOCACIONAL

As exigências atuais do mercado de trabalho exigem que a pessoa esteja em constante planeamento e antecipação, para uma gestão autónoma da sua carreira. No Coaching de Carreira, trabalhamos para melhorar a capacidade de adaptabilidade face às exigências da carreira, através das atitudes de planeamento, exploração de si e do ambiente e de tomada de decisão.

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COACHING DA SAÚDE

Com o Coaching da Saúde, é feito um trabalho com o cliente para estimular uma mudança cognitiva e comportamental mais sustentada, fomentando a autoconsciência, a motivação, a persistência e a autoeficácia. Intervenção na alteração de padrões de pensamento, na gestão dos fatores de risco e na adesão à mudança de hábitos.

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PSICOLOGIA E BEM-ESTAR ORGANIZACIONAL

Intervenção quer a nível organizacional quer a nível individual com o objetivo geral de melhorar o desempenho, a satisfação e a produtividade laborais, assim como zelar pelo bem-estar dos recursos humanos das organizações ("Perfil dos Psicólogos do Trabalho", Ordem dos Psicólogos Portugueses).

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COACHING ALIADO À INTELIGÊNCIA EMOCIONAL | EQ-I2.0/EQ360

Com mais de 20 anos de pesquisa e desenvolvimento, o Inventário de Quociente Emocional EQ-i2.0 é um instrumento psicométrico aplicado no campo individual, de equipas e organizacional, sendo um dos mais respeitados e reconhecidos instrumentos de avaliação de inteligência emocional em todo o mundo

PsiCoach: Serviços
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COACHING DE CARREIRA
E ORIENTAÇÃO VOCACIONAL

No atual contexto de complexidade, incerteza e mudança, o Coaching de Carreira e a Orientação Vocacional tornam-se aliados fundamentais de apoio a jovens e adultos nas suas tomadas de decisão, para uma Gestão de Carreira pautada pelo sucesso e autorrealização pessoal e profissional.

Principais Objetivos:

1. Facilitar o Autoconhecimento das Competências, Aptidões, Interesses, Valores, Necessidades

2. Trabalhar a Capacidade de Planeamento, Exploração de si e do Mercado de Trabalho 

e Tomada de Decisão

3. Reforçar Competências de Adaptabilidade para fazer Escolhas Profissionais Adequadas e Realistas

4. Gestão da Ansiedade e Autorregulação para evitar a Procrastinação na Carreira

Principais Áreas de Intervenção:

  • Orientação Vocacional a jovens no 12.º ano e Universidade

  • Transição para o Mercado de Trabalho

  • Gestão de Carreira: Definição de Objetivos, Delineamento e Passagem à Ação

  • Equilíbrio Vida Pessoal/Profissional

  • (Re)Inserção na Vida Ativa

PsiCoach: Sobre a terapia

COACHING DA SAÚDE

Com o ritmo acelerado do dia a dia, nem sempre as pessoas conseguem manter a motivação para mudar o seu estilo de vida, essencial para criar novos hábitos mais saudáveis. Com a ajuda do Coaching da Saúde, trabalhamos em conjunto para estimular a motivação para a mudança, obtendo resultados mais sustentados.

Trabalho de parceria, tanto com o cliente como com outros profissionais da saúde, para promover uma maior adesão à prescrição médica e a um estilo de vida mais saudável, incluindo planos de nutrição, exercício físico, adaptação à doença crónica, cessação tabágica, etc.

Principais Áreas de Intervenção:

  • Mudança dos Hábitos e no Estilo de Vida

  • Mudança Alimentar e Gestão da Emoções

  • Gestão dos Fatores de Risco

  • Estratégias para outros Profissionais de Saúde

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PsiCoach: Sobre a terapia
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PSICOLOGIA
E BEM-ESTAR ORGANIZACIONAL

Alinhamento entre as necessidades organizacionais e as do indivíduo. Pensar em conjunto com a empresa e os colaboradores em estratégias que articulem a satisfação das necessidades da organização com a satisfação das necessidades e da qualidade de vida dos colaboradores.

Certificação Profissional pela Ordem dos Psicólogos Portugueses em Prevenção Primária dos Riscos Psicossociais, com capacidade para:

  • Construir Locais de Trabalho Saudáveis

  • Desenvolver Programas de Promoção de Saúde Física e Mental nos Locais de Trabalho

  • Promoção da Qualidade de Vida e Bem-Estar no Trabalho

  • Definição e Caracterização dos Riscos Psicossociais.

PsiCoach: Sobre a terapia

COACHING ALIADO
À INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
EQ-I2.0/EQ360

A Inteligência Emocional pode ser definida como um conjunto de capacidades emocionais e sociais que influenciam a forma como nos percebemos e expressamos, como desenvolvemos e mantemos relações sociais positivas, como lidamos com os desafios do dia a dia e como utilizamos as informações de caráter emocional de um modo eficaz e com significado.

Esta é a definição do Inventário de Quociente Emocional EQ-i2.0/EQ360 e reflete o bem-estar global e a capacidade de sermos bem sucedidos na vida.

Esta avaliação pode ser feita no decorrer das sessões de Coaching Psicológico ou separadamente. 

O Programa é desenvolvido em 3 etapas:

  1. Resposta ao Inventário (online)

  2. Sessão de Feedback, com entrega do Relatório e Delineação de um Plano de Ação e Compromisso

  3. Sessões Complementares, para Consolidação, Acompanhamento e Avaliação do Plano de Ação

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PsiCoach: Sobre a terapia
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"A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo."

Peter Drucker

PsiCoach: Citação
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 ORADORA/MODERADORA

Oradora/formadora convidada para a 4.ª edição do programa UPGrade Career Summer School

Participação com o workshop "Para onde sopram as tuas velas? A importância de ter metas na gestão de carreira" (U.Porto Talento e Carreira e UPORH da Universidade do Porto, 28/07/2022)

Oradora convidada no Seminário "Coaching Psicológico em diferentes áreas científicas da Psicologia" - intervenção na área da Psicologia do Trabalho, Social e das Organizações

Participação no âmbito da Unidade Curricular de Contextos da Prática Profissional da Psicologia , na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD, 09/06/2022)


Moderadora na comunicação  “Trabalhar em rede: encontros de profissionais", com a psicóloga Liliana Dias, para a PSICARREIRAS ON.SUMMIT (OPP, 02/12/2021)

PsiCoach: Sobre a terapia
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CERTIFICAÇÕES E ESPECIALIZAÇÕES

Especialidade em Psicologia do Trabalho. Social e das Organizações  - OPP (2022)

Pós-graduação em Orientação Escolar e Profissional - ISPA (2021) 

Pós-graduação em Coaching Psicológico - INSPSIC (2018)

Certificação em Inteligência Emocional - EQ-i2.0 e EQ360 - MHS Assessements (2018)

Mestrado Integrado em Psicologia dos Recursos Humanos, do Trabalho e das Organizações
Faculdade de Psicologia | Universidade de Lisboa (2003-2008) 

Licenciatura em Ciências da Comunicação, variante Comunicação Institucional
Faculdade Ciências Sociais e Humanas, | Univ. Nova Lisboa (1995-1999) 

Avaliação Psicológica nos Procedimentos Concursais (Comunilog Consulting, julho 2022)

Orientações para a Prática da Supervisão - 1ª edição (OPP, julho 2022)

VIII CONGRESSO NACIONAL DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL | “Formato online na formação: Fatores críticos de (in)sucesso” (maio 2022)

Intervenção Psicológica com Adultos Mais Velhos - 1.ª edição (OPP, março 2022)

Workshop DRS: Processo de Luto no Adulto: Avaliação das manifestações clínicas, trajectórias e factores de risco

- 1ª edição (OPP, novembro 2021)

Intervenção Psicológica Com Pessoas LGBTQ - 2ª edição (OPP, junho 2021)

IV SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA E ACONSELHAMENTO (UAlg, abril 2021)

VIII Seminário de Psicologia da Educação – Psicologia da Educação:
Bem-Estar e Sucesso Educativo
(DGE e OPP, março 2021)

Implementação de Serviços de Psicologia em Unidades de Saúde do SNS - 37ª edição (OPP, dezembro 2020)

Prestação de Serviços de Psicologia Mediados por Tecnologias

da Informação e da Comunicação - 3ª edição (OPP, outubro 2020)

Mindfulness e (Auto)Compaixão: teoria, prática e aplicações clínicas” - 4ª edição (OPP, junho, 2020)

O Profissional no Âmbito dos Cuidados Paliativos - 7ª edição (OPP, junho 2020)

Odisseia das Emoções: Um diário de exploração do mundo - 1ª edição (OPP, junho 2020)

Educação Financeira e Psicologia - 6ª edição (OPP, abril 2020)

Intervenção Psicológica em Situações de Catástrofe, 1ª edição E-learning (OPP, abril 2020)

Certificado Europeu de Psicologia – Modelo de Competências - 7ª edição (OPP, março 2020)

Espaço OPP: Programa de design de carreira e Desenvolvimento Profissional (OPP, março 2020)

Seminário: Dilemas na Prática Tomada de Decisão Profissional (Orientadores) – 2.ª edição (OPP, março 2020)

Dilemas na Prática: Tomada de Decisão Profissional (Orientadores) - 6ª Edição (OPP, fevereiro 2020)

Perturbações do Comportamento Alimentar - E-learning (EVOLUI, dezembro, 2019)

International Summit on Psychology and Global Health (OPP, novembro, 2019)

Perturbações da Ansiedade: Avaliar e Intervir (ReConstruir - Psicologia e Desenvolvimento Pessoal, setembro, 2019)

Workshop Liderança e Gestão de Conflitos: Estratégias Práticas (ReConstruir, julho, 2019)

Workshop Neuropsicologia das Emoções (ReConstruir - Psicologia e Desenvolvimento Pessoal, junho, 2019)

Workshop de Avaliação e Intervenção em Orientação Vocacional - E-learning (Instituto CRIAP, junho 2019)

Intervenção Psicológica em Problemas Ligados ao Álcool (OPP, abril 2019)

Seminário de Psicologia do Desporto, Exercício e Performance (OPP, abril 2019)

Curso Intensivo Coaching Psicológico (ReConstruir - Psicologia & Desenvolvimento Pessoal, março 2019)

Curso de Especialização em Rorschach - Metodologia de John Exner (Learn2Be, março 2019) 

Primeiros Socorros Psicológicos (2.ª edição) - B-learning (OPP, março 2019)

Workshop Quilos Emocionais: A Alimentação e as Emoções (ReConstruir, fevereiro 2019)

Avaliação Psicológica de Condutores (Instituto CRIAP, fevereiro 2019)

Ludodiagnóstico e Ludoterapia - Avaliação de crianças em idade pré-escolar (Learn2Be, janeiro 2019)

Análise e Interpretação do Desenho Infantil (Learn2Be, janeiro 2019)

Seminário Coaching Psicológico: da Teoria à Acção (OPP, dezembro 2018)

Workshop Metáforas e questões poderosas (OPP, dezembro 2018)

Os Relatórios de Avaliação Psicológica (Formação Profissional OPP, dezembro 2018)

Comunicação Interprofissional e Partilha de Informação (OPP, dezembro 2018)

Literacia em Saúde, O Papel do Psicólogo (OPP, dezembro 2018)

Marketing Pessoal e Profissional (OPP, dezembro 2018)

Workshop O que é o Coaching? (POWER Consulting ISPA, dezembro 2018)

Workshop inicial Coaching Psicológico (ReConstruir – Psicologia e Desenvolvimento Pessoal, outubro 2018)

Perturbações da Personalidade: entre a avaliação e a intervenção - E-learning (CPF, setembro 2018)

Introdução às Terapias Cognitivo-Comportamentais de 3ª Geração - E-learning (CPF, setembro 2018)

Técnicas de Recrutamento e Selecção para Psicólogos (OPP, junho 2018)

Prevenção Primária dos Riscos Psicossociais - Nível 2 (OPP, junho 2018)

Prevenção Primária dos Riscos Psicossociais - Nível 1 (OPP, fevereiro 2018)

Técnica de Entrevista Motivacional - E-learning (CPF - Centro de Psicologia e Formação, junho 2018)

Workshop - Mobbing e Burnout: intervir para ajudar - E-learning (CRIAP, junho 2018)

Gestão de stress, síndrome de burnout e o alcance do bem-estar individual e institucional: (re)construindo um percurso profissional gratificante (EAPN, maio 2018)

Inteligencia Emocional - E-learning Divulgación Dinámica - Club de Formación, maio 2018)

Conversas abertas “Assédio no Local de Trabalho” (Outcome - Clínica organizacional, março 2018)

PsiCoach: Sobre a terapia
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PROCRASTINAÇÃO NA CARREIRA

Artigo com base na minha apresentação na

WebTalk #12 PsiCarreiras OPP - 

Passar à Acção – Evitar a Procrastinação na Carreira

um projeto na área da Empregabilidade e Gestão de Carreira para Psicólogos, pela Ordem dos Psicólogos Portugueses (em direto e à distância, no dia 29/10/2020).

"As exigências e imprevisibilidade atuais do mercado de trabalho exigem que a pessoa esteja em constante planeamento e antecipação, que faça numa gestão autónoma da sua carreira. Assim, a Adaptabilidade de Carreira é a capacidade de mudar para se adaptar a novas circunstâncias relacionadas com a carreira. Independentemente da faixa etária, envolve atitudes de planeamento, exploração de si e do ambiente e tomada de decisão a partir de informações obtidas."

"Procrastinação na Carreira é evitar ou adiar avançar nas nossas decisões de carreira, ou seja, é uma dificuldade em ultrapassar a inércia para tomar decisões/passar à ação. Sendo as decisões de carreira um dos acontecimentos mais significativos nas vidas das pessoas, com implicações a longo prazo, momentos de estagnação na carreira podem ser muito debilitantes para o indivíduo e contribuir para a regressão na carreira e perda de oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional."

PsiCoach: Sobre
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FEEDBACK VS. COACHING

Normalmente, todos nós, tanto no nosso dia a dia como no trabalho, receamos o momento em que alguém, quer seja um amigo quer seja o nosso chefe, nos diz: “posso dar-te um feedback?” Tem de ser sempre assim? Haverá alguma maneira de tornar o feedback agradável e até desejável?

Para tornar um feedback agradável e desejável temos de repensar a forma como o vemos e como o fazemos e até o nome que lhe damos! Tem sobretudo a ver com aquilo em que nos focamos e o estilo de conversa que criamos nesses momentos.

Quando a maioria das organizações era mais hierarquizada, com canais de comunicação sobretudo num só sentido, “top-down”, de manager para colaborador, e a principal responsabilidade dos managers era tornar os colaboradores produtivos e controláveis, o feedback era incontornável.

O feedback tradicional, que ainda é feito em algumas empresas e contextos, é feito sobre o que os colaboradores fizeram "bem" ou "mal e é episódico, ou seja, pouco frequente e isolado, focado em erros antigos que não podem ser remediados, com instruções unilaterais e usando muito do criticismo.

No entanto, hoje as empresas mudaram, são mais descentralizadas e ágeis, dando mais autonomia aos colaboradores, a quem é também pedido que sejam mais criativos na sua forma de trabalhar e de se adaptar às mudanças. Isso implica que os managers têm de mudar a forma como comunicam, têm de ouvir, questionar, compreender o contexto e criar um verdadeiro diálogo de duas vias, “two-way”, aberto e honesto, que reforce os relacionamentos.


Ainda estamos a falar de feedback ou já se transformou noutra coisa?

Aqui falamos em conversas de Coaching, que se focam no agora e no que vem a seguir. Colocam as forças e o potencial futuro do colaborador no centro, num diálogo que se quer contínuo e não episódico.

Perguntar, por exemplo: “o que podemos fazer para melhorar as nossas possibilidades de sucesso numa próxima oportunidade? O que seria exceder as expetativas? Como é que nos podemos preparar para o futuro?”

Os bons managers são orientados para a concretização, para os resultados, mas também para o processo até lá chegar, o que inclui também o desenvolvimento das suas equipas. As conversas de Coaching são individualizadas, o que faz com que o colaborador se sinta compreendido, ouvido e valorizado – mesmo quando o tópico da conversa não é assim tão agradável. Os bons managers constroem as conversas sobre o desempenho à volta dos pontos fortes do colaborador, logo o diálogo é naturalmente positivo e construtivo.

Então como podemos dar feedback de algo que não correu assim tão bem no passado? Devemos deixar de o fazer e concentrarmo-nos apenas no futuro?

Os managers não devem deixar de dar feeback. Sem dúvida que refletir sobre o desempenho passado e discutir como correu é algo importante e que facilita a aprendizagem. O problema é que os colaboradores normalmente experimentam o feedback como crítica, que ainda por cima é feita muito tempo depois da situação que o desencadeou. O feedback é útil quando é imediato e construtivo, mas mesmo assim, não se pode traduzir numa verdadeira conversa de Coaching porque se foca no passado, que já não pode ser alterado, enquanto que o Coaching se foca no futuro, onde há terreno para melhorar. É a forma como o encaramos que muda todo o cenário. Ou seja, não basta pensar em melhorar o feedback, mas sim em transformá-lo em verdadeiras sessões de Coaching.


Isso quer dizer que um bom líder também deve ser coach das suas equipas? Como podem fazê-lo no meio de todas as suas outras responsabilidades?

É verdade, atualmente os managers nem sempre conseguem acompanhar devidamente o desempenho dos seus colaboradores nem têm os conhecimentos suficientes para dizer como o trabalho deve ser feito. O que fazer?

Os bons managers são realmente bons coaches também: observam, ouvem e proativamente antecipam tópicos que serão úteis para os seus colaboradores no futuro. Conseguem pintar uma “visão do futuro”, de sucesso, estabelecendo logo um diálogo contínuo com as suas equipas, para criar um ambiente confortável e aberto desde o início, onde se discutem todos os sucessos e também obstáculos que vão sendo encontrados no caminho. Se não se criar este espaço de abertura contínuo, como é que se pode querer que momentos espaçados no tempo, como as avaliações de desempenho tradicionais, sejam realmente úteis e frutuosas? Conversas frequentes e verdadeiramente significativas, “com sumo”, são essenciais para estimular a colaboração, a autonomia e o compromisso, logo, para melhorar o desempenho.

Como é que os managers podem aprender a ser verdadeiros coaches para as suas equipas?

Estas capacidades de Coaching podem não ser naturais em todos os managers – é normal e expectável. Têm de aprender, tirando cursos de Coaching, por exemplo, onde se pratica em ambiente de role-play primeiro e depois em ambiente real. São competências que se desenvolvem com o tempo e que exigem dedicação e muito compromisso, porque é fácil esquecermo-nos do processo quando queremos atingir resultados. Mas há que nos lembrar, como diz a minha amiga e colega Nádia Tavares, psicóloga do Desporto: “o processo deve ser o alvo do nosso foco, enquanto que o resultado deve ser o alvo da nossa inspiração.” Inspiração na meta, mas foco no caminho para lá chegar!

Referências bibliográficas:

“Feedback is not enough”, Gallup

“Mind7 de Atleta”, Nádia Tavares

PsiCoach: Sobre a terapia
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MUDE A SUA ATITUDE E MUDE A SUA VIDA!

Sobre a importância de ter uma atitude de crescimento e estratégias para o conseguir

I- Quando era miúda, tinha um colega que não ligava nenhuma às aulas nem aos estudos. Os professores tinham a certeza de que, se continuasse assim, não iria muito longe. Hoje é o diretor de um grande hospital e uma pessoa satisfeita e de bem com a vida, ou seja, aquilo a que se chama uma pessoa de sucesso! Quem não conhece uma história assim? Ou o contrário: um colega sempre com ótimas notas mas que a idade adulta não trouxe muita felicidade. No que diz respeito ao sucesso, costumamos pensar que quem tem um QI mais elevado irá mais longe, mas nem sempre é assim.

II- Já todos nós ouvimos falar da Inteligência Emocional, que tem a ver com a capacidade de reconhecermos, compreendermos e regularmos as nossas próprias emoções (as nossas competências pessoais), mas também reconhecermos, compreendermos e influenciarmos as emoções dos outros (as nossas competências sociais). Pesquisas recentes falam de uma outra variável relacionada: a atitude. Descobriu-se que as atitudes essenciais de uma pessoa recaem numa de duas categorias: uma mentalidade ou mindset fixo e um mindset de crescimento.

Alguém com um mindset fixo acredita que não pode mudar: é o que é não há nada a fazer. O problema é quando chegam os desafios: se estiverem para além daquilo que acha que consegue lidar, vai sentir-se desanimado e tenderá a evitar novos desafios e a desistir face a um obstáculo ou a uma crítica mais desfavorável. Pelo contrário, as pessoas com um mindset de crescimento acreditam que podem sempre melhorar. Deste modo, mesmo com um QI inferior têm uma vantagem sobre os que têm um mindset fixo, porque aceitam os desafios e as críticas e encaram-nos como oportunidades de aprendizagem. Quando acreditamos que somos eficazes, tendemos a confiar mais no nosso próprio valor, qualquer que seja o resultado das nossas ações e sem que haja necessidade de provar. É o que se chama de “Excelência”. Quem procura a excelência sente-se com força mental para continuar mesmo não conseguindo o resultado esperado. E, mesmo que isso aconteça, não o veem como um fracasso, mas sim como um “ajuste nas velas”. Se algo não funcionou, haverá mais caminhos a navegar!

III- Independentemente da sua forma habitual de ver os desafios que a vida lhe coloca, há sempre mudanças que pode fazer para desenvolver um mindset de crescimento. Seguem-se estratégias que vão ajudá-lo a estar mais orientado para a excelência na sua vida:

Apaixone-se por tudo o que faz. A paixão das pessoas com um mindset de crescimento é o que as faz perseguir a excelência – sem haver a necessidade de agradar a outros que não a elas próprias. Uma forma de encontrar as suas verdadeiras paixões é através da técnica 5/25: anote as 25 coisas que mais gosta de fazer. No final do artigo dir-lhe-ei o que fazer a seguir!

Mesmo com medo, avance. As pessoas com um mindset de crescimento não são mais corajosas do que as restantes. A questão é que compreenderam que não podem deixar o medo paralisá-las. O medo da mudança é instintivo e serve para nos travar. A melhor forma de o ultrapassar é agindo. Não há um momento perfeito para agir, por isso, não vale a pena ficar à espera que ele apareça. Reflita: “Qual é o risco de mudar? Qual é o risco de ficar tudo na mesma?” Se o risco de não avançar for maior do que o de mudar, então procure transformar a energia do medo numa energia focada e mais positiva.

Mantenha a esperança. Muitos empreendedores, cientistas e artistas viram as suas ideias, obras e arte rejeitadas diversas vezes. O mundo teria ficado mais pobre se tivessem sucumbido à rejeição. As pessoas com um mindset de crescimento compreendem que, até o sucesso chegar, têm de superar os fracassos e a "zona de conforto", do que é conhecido, seguro e familiar. Logo a seguir vem a "zona de aprendizagem", onde se exploram novas competências, mas primeiro há que passar pela "zona do medo", do desconhecido, tal e qual a zona de rebentação das ondas. A boa notícia é que, com cada mudança realizada, a zona de conforto vai-se tornando cada vez maior, até se tornar numa "zona de superação", de metas e sonhos. E o medo deixa de fazer sentido, pois tudo se torna aprendizagem.

Seja flexível como a água. Conhece o ditado “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”? Quem poderia acreditar que a força resiliente e constante da água iria quebrar a rocha mais dura? O mesmo acontece com a nossa força de vontade e as adversidades que vamos encontrando. Os obstáculos fazem parte do caminho, quer os esperemos quer não. Se mantiver uma atitude de crescimento, vai conseguir olhá-los como meios para melhorar. Faça uma lista dos obstáculos que possam surgir no caminho para aquilo que deseja. Ao lado, acrescente as estratégias para os ultrapassar. Seja criativo e encontrará pelo menos uma estratégia para cada obstáculo. Mas também seja criativo se precisar de fazer um ajuste na rota. O importante é estar ao leme!

Finalmente, ainda tem a lista das suas 25 paixões? Muito bem: risque as 20 últimas! As cinco paixões que escreveu primeiro são as suas verdadeiras “molas”. O resto são distrações. Agora, já sabe o que fazer: use o seu mindset de crescimento e alimente as suas paixões para que elas se possam concretizar!

PsiCoach: Sobre a terapia
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QUANDO SABER ESPERAR NÃO É UMA VIRTUDE

A procrastinação e as consequências para os nossos relacionamentos

O que é procrastinar?

A procrastinação é uma forma de fracasso autorregulatório no qual adiamos voluntariamente um curso de ação apesar de esperarmos um resultado pior devido a esse mesmo adiamento (Steel, 2007). Ou seja, é adiar o que temos de fazer, mesmo sabendo que vamos sofrer consequências negativas. Entre 20 e 25% dos adultos normais nos EUA e noutros países foram classificados como “procrastinadores crónicos”, ou seja, indivíduos que adiam desnecessariamente tarefas importantes em diversas áreas da vida: saúde, trabalho, escola e relacionamentos (Ferrari, Barnes e Steel, 2009).

Embora todos nós já tenhamos adiado algo, nem todos somos procrastinadores. Adiar e procrastinar não são a mesma coisa. O adiar desnecessário, irracional ou até nocivo de tarefas importantes para o próprio bem-estar, é o que distingue a procrastinação do “adiar estratégico” (Klingsieck, 2013), onde as eventuais consequências negativas serão mais tarde ultrapassadas pelas positivas. Por exemplo, quando mantemos um relacionamento momentaneamente difícil, esperando que melhore assim que algumas situações sejam ultrapassadas, como a morte de um familiar ou o nascimento de um filho.

Os procrastinadores crónicos costumam ter uma baixa conscienciosidade, persistência e autoestima, o que os pode levar a autossabotarem as suas próprias ações por medo de falharem (Ferrari e Díaz-Morales, 2007). Parece um contrassenso mas, se eu nem tentar fazer algo, como poderei falhar?


Como procrastinar pode prejudicar os relacionamentos

A procrastinação pode ter um impacto significativo em todas as áreas da vida, incluindo nas relações afetivas, que se podem tornar tensas e conflituosas, sobretudo com os familiares e amigos mais chegados (Ferrari, Harriott e Zimmerman, 1998). Por exemplo, pode frustrar e/ou enfurecer um parceiro porque as tarefas que têm de ser realizadas (como as domésticas) são frequentemente adiadas. Num estudo publicado em 2013, a psicóloga Katrin B. Klingsieck desenha o retrato do típico procrastinador:

  1. Os homens tendem a procrastinar mais do que as mulheres; uma evidência é o facto de a maioria deixar a escola mais cedo.

  2. Com a idade, vamos procrastinando menos;

  3. Os procrastinadores tendem a investir menos num relacionamento estável, mantendo-se solteiros. Para além de adiar o início das relações, também tendem a adiar o fim de um relacionamento infeliz.


O arrependimento está muito ligado à procrastinação, sobretudo devido àquilo que não se fez. Está provado que as pessoas arrependem-se mais do que não fizeram do que do que fizeram. Com passar do tempo, o arrependimento pelo que fizemos menos bem esbate-se enquanto que em relação ao que nem chegámos a fazer intensifica-se (Ferrari, Barnes e Steel, 2009). Tendo em conta as suas frequentes inações e indecisões, é de esperar que os procrastinadores sofram com arrependimentos, sobretudo numa fase mais avançada da vida.


O que pode fazer para vencer a procrastinação?

O primeiro passo é tomar consciência. Há que sair do chamado estádio de contemplação, onde existe resistência à mudança e a crença de que não há motivo para mudar. É fundamental encontrar em si mesmo a razão de mudar e os benefícios para a sua vida e a dos outros (e também os riscos de não o fazer). Só depois pode avançar para os outros estádios da mudança: preparação, ação e manutenção (Miller e Rollnick, 2012).

O segundo passo é perceber quais os motivos que levam a procrastinar e que tipo de modelos mentais limitadores estão por detrás. Alguns exemplos:


“Não sei por onde começar tudo o que tenho de fazer.”

- Faça um pouco cada dia, em vez de acumular até chegar a proporções demasiado difíceis de lidar (seja arrumar a casa ou escrever a tese). Se houver um prazo, não deixe para o último minuto. Muitos procrastinadores pensam que funcionam melhor sob pressão, mas isso equivale a dizer que não têm controlo sobre as circunstâncias. Estabeleça um plano para cada um dos passos e respeite-o.


“Não sei como fazer.”

- Muitas vezes, temos muito mais do que pensamos. Seja o apoio de alguém ou a memória do que já conseguimos alcançar. Encontre também formas de conseguir as ferramentas ou competências que ainda lhe faltam tirando um curso, lendo livros e, sobretudo, praticando. Tenha paciência com o processo de aprendizagem. Quanto mais praticar, melhor vai consegui fazer.


“Tem de ser perfeito, senão não vale a pena!”

- O medo da crítica e da rejeição advêm de uma tentativa de preservar a autoestima. A procura da perfeição, inalcançável, remete-nos para um futuro incerto e leva-nos a adiar por medo de falhar. Foque-se no momento, no que está a fazer agora, mais do que no resultado. Desfrute do processo, faça para si e não para os outros. Seja compassivo para consigo, estabeleça padrões razoáveis e não se compare aos outros; ao dar-se permissão para não ser o melhor, cria as condições para que as suas qualidades únicas transpareçam.

Finalmente, mantenha-se no caminho, mesmo quando ocorrerem retrocessos. Estes são normais e fazem parte do processo. Na mudança, a fase da manutenção implica a renovação diária do nosso compromisso para com a ação, para com o nosso bem-estar. Só assim poderá quebrar o hábito de procrastinar e reencontrar uma nova forma de viver melhor consigo e com os outros.



Referências bibliográficas:

Ferrari, J. R., Barnes, K. L., & Steel, P. (2009). Life Regrets by Avoidant and Arousal Procrastinators: Why Put Off Today What You Will Regret Tomorrow? Journal of Individual Differences, Vol. 30(3):163–168.

Ferrari, J. R., Harriott, J. S., & Zimmerman, M. (1999). The social support networks of procrastinators: Friends or family in times of trouble? Personality and Individual Differences 26, 321-331.

Klingsieck, K. B. (2013). Procrastination: When Good Things Don’t Come to Those Who Wait. European Psychologist 2013; Vol. 18(1):24–34.

Miller, W. R., & Rollnick, S. (2012). Entrevista Motivacional, Preparando as Pessoas para a Mudança (3ª Edição). Climepsi Editores.

Psychology of Procrastination: Why People Put Off Important Tasks Until the Last Minute. (2010). Five questions for Joseph Ferrari, PhD. American Psychological Association (www.APA.org).

Steel, P. (2007). The nature of procrastination: A meta-analytic and theoretical review of quintessential self-regulatory failure. Psychological Bulletin, 133, 65–94.

Steel, P., & Ferrari, J. R. (2012). Sex, Education and Procrastination: An Epidemiological Study of Procrastinators’ Characteristics from a Global Sample. European Journal of Personality, Eur. J. Pers.

PsiCoach: Sobre a terapia
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NÃO SE CONSEGUE LIVRAR DO STRESS? TALVEZ SOFRA DE STRESS CRÓNICO

[adaptado de texto da American Psychological Association]

Sentir algum stress é positivo. Permite que os nossos corpos libertem adrenalina, o que nos ajuda a realizar tarefas e projetos, podendo até melhorar o nosso desempenho e capacidade de resolução de problemas. Mas o stress crónico, que é constante e que persiste durante um largo período de tempo, pode ser debilitante e avassalador. O stress crónico pode afetar tanto o bem-estar físico como o psicológico, provocando vários tipos de problemas, incluindo ansiedade, insónia, dores musculares, hipertensão e enfraquecimento do sistema imunitário. As pesquisas mostram que o stress pode contribuir para o desenvolvimento de doenças do coração, depressão e obesidade. As consequências do stress crónico não são brincadeira, mas nem todas as pessoas que o experienciam fazem as mudanças de estilo de vida necessárias para o reduzir e, consequentemente, para prevenir doenças e promover a saúde. No entanto, é possível gerir e diminuir o stress, para deixar de ser crónico - melhorar o estilo de vida e fazer melhores escolhas comportamentais são passos essenciais para melhorarmos a nossa saúde global.

Algumas sugestões da APA para lidar com o stress crónico:

Estabeleça limites. Anote todos os projetos e compromissos que o estão a fazer sentir-se assoberbado. Identifique as tarefas que sente que tem de fazer para sobreviver e remova as não essenciais. Para os projetos relacionados com o trabalho, reveja e discuta a sua lista de prioridades com o seu responsável, pedindo-lhe indicações sobre quais são as prioridades e sobre a melhor forma de abordar os projetos atuais. Para os compromissos sociais, como os relacionados com a vida em comunidade ou atividades de voluntariado, avise que não vai conseguir realizá-los nesta altura ou peça ajuda para os levar a cabo. Abstenha-se de aceitar mais compromissos até sentir que o stress está sob controlo. Estabelecer limites nas obrigações que não são essenciais é importante para reduzir o stress crónico.

Explore a sua rede de apoio. Fale com um amigo ou familiar com que tenha construído uma boa afinidade ao longo do tempo. Partilhe as suas dificuldades e peça a sua ajuda e orientação: um fardo partilhado é sempre mais leve. O seu amigo ou familiar pode ter resolvido desafios semelhantes e ter ideias e perspetivas úteis para a sua situação. Não há necessidade de enfrentar circunstâncias de vida mais complicadas sozinho. De facto, o apoio da família ou dos amigos pode ajudá-lo a começar e a manter bons hábitos de autocuidado.

Comprometa-se com a sua saúde. Faça o que for possível para fortalecer a sua saúde, para poder ter a energia e a força necessárias para enfrentar os desafios. Um pequeno passo, como cortar no consumo de cafeína, pode ter um efeito muito positivo. Os estudos mostram que, sem cafeína, as pessoas dizem sentir-se mais tranquilas, menos nervosas, com um sono mais reparador, têm mais energia, menos problemas de estômago e menos dores musculares. Para além disso, desenvolver uma atividade aeróbica pode aumentar os níveis de energia e de concentração e reduzir a sensação de ansiedade. A atividade física aumenta a produção de endorfinas, a chamada hormona do bem-estar, reduzindo a produção das hormonas mais ligadas ao stress. Por isso, dar passos positivos em direção à melhoria da sua saúde irá ajudá-lo a gerir o stress.

Melhore a qualidade do seu sono. Quem sofre de stress crónico muitas vezes também sofre com a falta de um sono reparador e, em alguns casos, de insónia provocada pelo stress. De acordo com um inquérito de 2009 realizado pela APA a adultos norte-americanos, 47% afirmaram que ficavam deitados na cama sem conseguir adormecer durante a noite devido ao stress. É fundamental tomar diligências para melhorar a qualidade do nosso sono. Os especialistas na área recomendam que nos devemos deitar todos os dias a uma hora certa, tentando dormir pelo menos 7 a 8 horas, eliminando distrações, como televisão ou computador, no quarto. Comece a descontrair uma ou duas horas antes de ir dormir, envolvendo-se em atividades calmas, como ouvir música relaxante, ler um livro de que goste, tomar um banho quente ou praticar técnicas de relaxamento, meditação e atenção plena. Evite refeições pesadas e não coma 2 a 3 horas antes de ir dormir; evite também atividades físicas intensas antes de ir para a cama. Se costuma deitar-se e "ruminar" sobre os seus problemas, escreva-os antes de ir dormir e, a seguir, experimente aquietar os pensamentos antes de desligar a luz (por exemplo, focando-se na sua respiração). As soluções para as suas preocupações serão resolvidas, mas na manhã seguinte, após uma boa noite de sono.

Experimente ver o lado positivo das situações. Olhar para as situações de forma mais positiva, ver os problemas como oportunidades e renunciar a pensamentos negativos são aspetos essenciais para se manter positivo e para minimizar o stress. Para algumas pessoas, o stress pode ser causado pelas suas tentativas de resolver tudo na perfeição. Estabelecer expetativas mais realistas e reformular positivamente a forma como olha para as situações potencialmente stressantes pode ajudar a tornar a vida mais simples. Para além disso, as circunstâncias difíceis têm sempre uma forma de se resolver; é importante manter os desafios em perspetiva e fazer o que pode racionalmente fazer para avançar.

Procurar ajuda. Se continuar a sentir-se demasiado ansioso, desesperançado ou tiver dificuldade em gerir a sua rotina diária, procure ajuda junto de um profissional de saúde psicológica, como é o caso de um psicólogo, que o poderá ajudar a desenvolver estratégias para gerir o stress eficazmente e para fazer as mudanças comportamentais necessárias para melhor a sua saúde, tanto física como psicológica.

PsiCoach: Sobre a terapia
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DO QUE PRECISA É DE UMA NOVA CAIXA DE FERRAMENTAS!

O fio condutor entre a procrastinação e a excelência

O que é que a procrastinação, o stress, as estratégias de coping a excelência e a autoeficácia podem ter em comum? De que forma podemos encontrar uma ligação entre a procrastinação e o medo ou entre a excelência e o perfecionismo? É isso que pretendo explicar neste breve resumo sobre teorias e práticas para compreender porque mantemos estratégias que não funcionam e qual o nosso papel na reformulação dessas mesmas estratégias e no redesenho da nossa própria vida.


A amígdala: a pequena/grande diferença

Uma investigação muito recente parece ter descoberto um caminho para compreendermos melhor porque algumas pessoas tendem a adiar as suas tarefas enquanto outras põem imediatamente a mão na massa (Schlüter, Fraenz, Pinnow, Friedrich, Güntürkün e Genç, 2018). Através de ressonância magnética, os investigadores observaram o cérebro de 264 homens e mulheres, avaliando o volume de certas estruturas cerebrais e a ligação entre elas. A seguir aplicaram-lhes um questionário para medir a sua orientação para a ação, que pretendia avaliar se tendiam para a procrastinação ou para a ação. Os indivíduos cujos resultados no questionário indicavam um baixo controlo para a ação (os “procrastinadores”) apresentavam, em média, uma amígdala maior. A amígdala é uma região no cérebro que está associada às respostas emocionais e à memória das emoções, em especial ao medo do que está fora do nosso controlo. É aqui que a resposta “lutar, fugir ou paralisar” é iniciada.

“As pessoas com uma amígdala com um volume maior parecem tender a hesitar ao iniciar uma intenção e, desde modo, a adiar o início das tarefas sem que haja um motivo plausível”, referem os autores. Isso pode implicar uma mudança do paradigma muitas vezes aceite: de que as pessoas que procrastinam deixam-se levar pela preguiça. Talvez a procrastinação esteja mais ligada à preocupação e à cautela. Como há muito medo envolvido no começo de uma tarefa (provocado por uma grande e excitável amígdala), os chamados procrastinadores fazem de tudo para a evitar, ou seja, adiam sem que haja um motivo exterior. Na verdade, o motivo pode ser interno e em grande parte inconsciente.

A solução está na nossa “caixa de ferramentas”

No entanto, apresentar uma predisposição biológica para um certo traço de personalidade ou comportamento não é uma fatalidade imutável. O ser humano é o resultado disso mesmo: de adaptações cada vez melhores às suas próprias heranças genéticas. Deste modo, podemos encontrar algumas formas de controlar e de minimizar os efeitos desta tendência. Talvez a solução esteja em mudar as estratégias que utilizamos para lidar com este medo.

Se alguém tende para a procrastinação, pode tender também para a preocupação excessiva e para o medo de falhar. Esse medo de falhar pode levar ao evitamento da própria tarefa – se não tentar, como poderei errar? No entanto, ao evitar a tarefa, muitos procrastinadores acabam por não conseguir obter a “paz de espírito” que a estratégia do evitamento procura. Assim, uma das formas mais eficazes de evitar a procrastinação poderá ser rever a nossa “caixa de ferramentas”, ou seja, as nossas “estratégias de coping”.

Quando estamos com medo, produzimos uma resposta de emergência, que desencadeia stress. Muitas vezes não vemos a ligação entre o medo e o stress: pensamos que o medo só ocorre em situações de grande magnitude, não tendo em conta que o medo também envolve situações como a preocupação, a agitação, a ansiedade. A forma como lidamos com este medo vai determinar o grau de stress que experimentamos. Ao avaliar uma situação, avaliamos primeiro de que forma é que afeta o nosso bem-estar: a situação é irrelevante, positiva ou causadora de stress, ou seja, implica perda, prejuízo, ameaça ou desafio? Se causar stress, vamos seguidamente avaliar qual a melhor estratégia para a enfrentar de entre várias opções disponíveis (Lazarus e Folkman, 1984; Stroebe e Stroebe, 1995).

As estratégias que utilizamos para lidar com uma situação causadora de stress são chamadas de “estratégias de coping” (do inglês “to cope”: enfrentar, lidar). Embora as estratégias de coping não sejam universalmente positivas ou negativas, as estratégias mais proativas, que implicam o controlo (tanto primário/comportamental, voltado para a mudança da situação stressante ou das emoções relacionadas, como secundário/cognitivo, utilizado para facilitar a adaptação ao stress, como a distração, a aceitação e a restruturação cognitiva) e a procura de apoio social (envolver outras pessoas na resolução da situação) são melhores a reduzir as respostas de stress, logo são mais benéficas para a saúde física e psicológica (Connor-Smith e Flachsbart, 2007). As estratégias mais passivas acabam por estimular aquilo que tentam evitar: o stress. Estas estratégias envolvem a ruminação mental (pensamentos frequentes e repetitivos) e o evitamento ou negação da situação, tanto ao nível comportamental como cognitivo (Ebner, Schulte, Soucek e Kauffeld, 2018).

Excelência vs. Perfecionismo

Então, porque é que algumas pessoas preferem estratégias mais passivas, que provocam ainda mais medo e stress, logo, mais procrastinação, e outras pessoas tentam ativamente lidar e controlar a situação ameaçadora? Um dos motivos pode ter a ver com o sentimento de autoeficácia. As nossas crenças de autoeficácia, ou seja, acreditarmos nos nossos recursos internos e externos para controlar a situação e resolver um problema, vão afetar as estratégias que escolhemos para a sua resolução. Estas estratégias tendem a ser mais ativas e focadas no controlo da situação e menos voltadas para o evitamento ou a ruminação (Kammeyer-Mueller e colaboradores, 2009).

Para além disso, quando acreditamos que somos eficazes, tendemos a confiar mais no nosso valor intrínseco, isto é, independente do resultado das nossas ações e sem que haja necessidade de provar a terceiros. É o que podemos chamar de “Excelência”. Quem procura a excelência acredita no seu próprio valor, logo, sente-se bem e com força mental para continuar mesmo não conseguindo o resultado esperado. Pelo contrário, o “Perfecionismo” pode ser caracterizado pela busca da perfeição sem falhas, estabelecendo padrões excessivamente elevados e avaliando-se a si próprio de uma forma demasiado exigente e autocrítica (Harari, Swider, Steed e Breidenthal, 2018). Logo, o valor não está em mim, mas sim no que faço: se o meu último trabalho não foi bom, a minha noção de valor próprio diminui. É por isso que o perfecionista quando encontra uma dificuldade sente-se facilmente assoberbado e com tendência para desistir; sente-se devastado ao falhar e apega-se aos seus erros. Se na excelência há espaço para a autorreflexão, que nos ajuda a aprender com os erros, no perfecionismo surge a ruminação sobre os esses mesmos erros, uma estratégia que se apresenta mais ineficaz e até irrealista.

A distração como estratégia

Experimente o seguinte: da próxima vez que se sentir com vontade de “procrastinar”, ou seja, de adiar o que tem de fazer, aceite essa vontade, mas inclua uma pequena mudança: em vez de encarar os momentos em que não está a realizar a tarefa como procrastinação, encare-os como uma das estratégias cognitivas de controlo há pouco mencionadas – a distração. A distração é uma pausa temporária da situação considerada stressante através do envolvimento em atividades agradáveis e não inclui tentativas de evitar ou de negar os problemas (Connor-Smith e Flachsbart, 2007). Aproveite os momentos de distração para fazer algo de que gosta, para ser criativo, para aprender, para descontrair. A autorrecompensa é considerada uma estratégia comportamental de autogestão que tem impacto na forma como lidamos ativamente com uma situação stressante (Ebner, Schulte, Soucek e Kauffeld, 2018). Por isso, tente ver esta distração como uma forma de ganhar balanço e energia para o trabalho que tem pela frente.


Vários pequenos impulsos fazem um grande passo

Uma das melhores formas de não se sentir assoberbado com aquilo que tem de fazer é tornar o objetivo muito concreto (pode usar o tão conhecido modelo comportamental S.M.A.R.T. para estabelecer objetivos que sejam Específicos, Mensuráveis, Alcançáveis, Realistas e Temporais) e depois dividi-lo em múltiplas ações, ou seja, pequenos passos. Cada pequeno passo é como se fosse um pequeno impulso no sentido da ação. Vários pequenos impulsos juntos fazem um grande passo no final. Confie no movimento de cada pequeno impulso. “O que posso fazer agora, com os recursos e a energia de que disponho? “

Se falhar um dos impulsos ou se este vier a ser um retrocesso, evite autopunir-se. O retrocesso também pode ser considerado um dos passos que compõem a mudança, pois pode ocorrer no processo de passagem da “Ação” para a “Manutenção” do comportamento desejado (Prochaska e DiClemente, 1982). Entre num ciclo virtuoso, em que se autorrecompensa por cada pequeno impulso, mantendo sempre uma motivação para a excelência.

Coaching Psicológico – um caminho para redescobrir a autoeficácia

O Coaching Psicológico é uma relação de ajuda focada em soluções que visa desbloquear o potencial e melhorar a experiência de vida, o desempenho no trabalho e o bem-estar, de modo a produzir mudanças sustentadas. Ao focar-se no desenvolvimento das forças e das competências humanas, tem sempre como objetivo estimular o sentimento de autoeficácia e de autorregulação, que, por seu lado, ajudam na escolha de estratégias de coping mais ativas e que promovem a redução do stress (Ebner, Schulte, Soucek e Kauffeld, 2018).

O caminho para uma vida mais prazerosa e confiante poderá estar na promoção de crenças de que tenho as ferramentas necessárias para controlar a situação (sentimento de autoeficácia) e de que o meu valor não diminui se um dos meus impulsos para a mudança não se deu (sentimento de excelência). O Coaching Psicológico pode, assim, ser mais uma ferramenta para ajudar a criar dentro de cada um a confiança na construção do seu próprio caminho.



Referências bibliográficas:

Connor-Smith, J. K., & Flachsbart, C. (2007). Relations between personality and coping: A meta-analysis. Journal of Personality and Social Psychology, 93(6), 1080-1107.

Dodgson, L. (2018). Procrastinators and doers have different brains — here's how you can find the benefit in all those times you get distracted. INSIDER (www.thisisinsider.com)

Ebner, K., Schulte, E.-M., Soucek, R., & Kauffeld, S. (2018). Coaching as stress-management intervention: The mediating role of self-efficacy in a framework of self-management and coping. International Journal of Stress Management, 25(3), 209-233.

Harari, D., Swider, B. W., Steed, L. B., Breidenthal, A. P. (2018). Is perfect good? A meta-analysis of perfectionism in the workplace. Journal of Applied Psychology, Vol. 103(10), 1121-1144.

Lazarus, R., & Folkman, S. (1984). Stress, Appraisal, and Coping. New York: Springer.

Prochaska, J. O., & DiClemente, C. C. (1982). Transtheoretical therapy: Toward a more integrative model of change. Psychotherapy: Theory, Research & Practice, 19(3), 276-288.

Schlüter, C., Christoph, F., Pinnow, M., Friedrich, P., Güntürkün, O., Genç, E. (2018). The Structural and Functional Signature of Action Control. Psychological Science, Vol. 29(10), 1620-1630.

PsiCoach: Sobre a terapia
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A LIGAÇÃO ENTRE O COACHING PSICOLÓGICO E A PSICOLOGIA POSITIVA

"A ciência psicológica tem sido muito mais bem sucedida no aspeto negativo do que no positivo. Sobre o Homem, tem-nos revelado muito mais sobre as suas falhas, as suas doenças, os seus pecados, mas muito pouco sobre as suas potencialidades, as suas virtudes, as suas aspirações possíveis ou sobre o seu todo psicológico. É como se a Psicologia se tivesse voluntariamente restringido a uma metade da jurisdição que lhe pertence por direito." (Maslow, 1954).

Este texto, com mais de 60 anos, continua a ser verdadeiro: a nossa formação em Psicologia ainda tem uma carga muito grande no estudo da psicopatologia, o que, para alguns psicólogos é algo frustrante, porque leva a que haja menos espaço para a aprendizagem sobre o funcionamento normal, não clínico, do ser humano. Foram estas frustrações que deram terreno, desde há cerca de 20 anos, ao surgimento de subdisciplinas como a Psicologia Positiva e o Coaching Psicológico, pois, tanto uma como a outra focam-se no desenvolvimento das forças e das competências humanas, e não apenas na disfuncionalidade ou na melhoria do stress negativo, ou distress. Daqui que se possa dar à Psicologia Positiva, enquanto "estudo científico do funcionamento ótimo, focando-se nos aspetos da condição humana que conduzem à felicidade, à realização e à prosperidade" (Linley & Harrington, 2005), um papel muito importante para o florescimento do Coaching Psicológico. Inclusive, esta convergência pode levar a que possam vir a ser vistas, no futuro, como precursoras de uma viragem de perspetiva na Psicologia moderna para uma compreensão mais íntegra e holística da condição humana.


No entanto, apesar das semelhanças inequívocas entre ambas as subdisciplinas, os coaches psicólogos aplicam muitas mais perspetivas teóricas para além da Psicologia Positiva, como as abordagem sistémica, focada em soluções, cognitivo-comportamental, humanista ou existencial, o que lhes dá uma sofisticação técnica difícil de igualar no mundo do Coaching. É isso que dá ao Coaching Psicológico os meios necessários para intervenções centradas no cliente, com base em técnicas teoricamente bem enquadradas, o que lhe permite adaptar-se melhor à pessoa que tem à sua frente, às suas preferências concetuais e personalidade, e aos objetivos que este quer atingir na sua vida.


Finalmente, deixo uma conclusão que tem vindo a tomar forma junto da comunidade de psicólogos: é importante que a Psicologia, devido à sua crescente importância para o bem-estar humano, se torne cada vez mais acessível e aceite. O Coaching Psicológico, pelo seu potencial para se tornar numa força para a promoção do bem-estar e da melhoria do indivíduo, das organizações e da sociedade em geral, vê este seu papel cada vez mais reforçado. Cabe a nós, psicólogos, qualquer que seja a abordagem teórica e o contexto de trabalho psicológico, estimular, motivar e felicitar esta tendência ascendente, porque este sucesso, no fundo, pertence à Psicologia.


[Texto baseado nos materiais lecionados no decorrer da Pós-Graduação em Coaching Psicológico pelo INSPSIC, com coordenação científica de Ana Moniz, e no "Handbook of Coaching Psychology: A Guide for Practioners" (2008), nos artigos "Past, present and future: the evolution of professional coaching and coaching psychology (Anthony M. Grant) e "Integrating positive psychology and coaching psychology: sharing assumptions and aspirations?" (P. Alex Linley & Susan Harrington).]

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